sábado, 8 de setembro de 2012

Apenas


Em meio a tantos segredos
Pões os sentidos à prova
Encontras escondido dentro em mim
O que muitos dariam por perdido
Navegando nesse mar de sentimentos
Até encontrar a tua ilha
Cercada de pura beleza por todos os lados

Tomado...
E perplexo
Ainda tento acreditar que possa haver
Alguém tão diferente assim
Tão suave por si
Tão dona de mim

O que faz os teus olhos?
Que simplesmente
Não nos deixa pensar
Como uma pintura
Eternizada na mente
E tatuada no coração

O que faz teu sorriso?
Que loucamente nos arrasta
Pra uma outra dimensão
E carrega nos poros
A idéia da poesia
Da rima
Das letras
Da voz

Ah! Se pudéssemos...
Transcrever em meras estrofes
A tua essência
Resumir tudo o que há em ti
Em meia dúzia de fonemas
Como se as palavras ao te tocar
Não se tornassem simples e efêmeras

És a própria palavra
Aquela ainda não dita
E nem traduzida
Apenas venerada
E apaixonantemente
Linda...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Encanto



Como um redemoinho
O seu eu me tomou
Jogando pro alto todos meus bloqueios
Resolvi gritar você

Como um peregrino, um romeiro, um andarilho
Um devoto da beleza em exagero
Escondido nas palavras
Rezo teu nome
Reverencio teu encanto em forma de oração

E o olhar que tanto busco
Talvez, simplesmente não exista
Ele é mais do que preciso
Porque ele não precisa de nada em mim

Mas é aí que ela me prende
Me amarra
Me converte
Mas é assim que ela me perde
Ou propositalmente
Faz eu me perder

Dois destinos tão distintos
Tão distantes
Irreais
Paralelas que não se cruzam
Nem no infinito

terça-feira, 12 de junho de 2012

Tudo

Assim eu vi o meu mundo
Refeito de um tornado que me consumiu
Onde tudo voava para bem longe
E o destruído peito meu
Teimava em não se acalmar

Afogado em meio a saudades
Sufocado em rotos lamentos
Perdido, surrado e desnorteado
Caído, sem forças e derrotado

Mas quando tua voz adentrou meu ouvido
E ouvi teu peito bater em meu peito
Um brilho espetacular me tomou a fronte
Eu ri, cantei, aplaudi e agradeci
Eu vi de novo
O céu
E a alegria de ter de novo um horizonte

De ti
Busco sempre mais
Pois sei que és o onde
O quando
O sempre
E o tudo
Desse tal de amor...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Horizonte

Eu e um horizonte. Nunca pensei que fosse tão amplo esse encontro. Como pode uma simples linha ao fundo, caber tantas linhas de possibilidades? Passo a passo ao encontro desse momento, de chegar ao futuro e quando chegamos, descobrimos que não chegamos a lugar nenhum. Pois existem outros horizontes, outras linhas, novas possibilidades. E sempre você quer ser diferente do que era, e pior, ser diferente do que é. E para todo lado que você se virar, terá um horizonte esperando você. Com uma vontade enorme de te consumir, de te vencer, de te provar que por mais que o alcance, ele sempre teimará em existir. Jogo meus olhos ao longe e vejo exatamente o que vejo hoje, o amanhã é feito do que é escrito hoje. O hoje é moldado no que foi desenhado ontem. E o ontem... Não sei, talvez seja exatamente o que será visto amanhã.

A Rua

A rua me levou
Tão longe
E mesmo assim
Caminhando contra os passos dessa vida
Vi você

Encheu meus olhos
Comprou meu sorriso
Doou minhas dores
E tomou meu pensamento

As curvas me conduzem
Os cruzamentos me dividem
Me escondo nos cinzas dessas casas
Com suas cores queimadas do sol

Me espremo entre postes e muros
Desvio de buracos
Sento nas calçadas feitas pra te esquecer
Me abrigo nas marquises das tuas lembranças

E eu
Acreditava que no fim dessa rua
Onde mora a lua
Triste, sozinha e nua
Me perderia de tudo
E acabei chegando em você

segunda-feira, 5 de março de 2012

Estrada Triste

Eu corro
E canso
Meu suor é sinônimo de dor
Meu esforço é pedra jogada no vento
Tão vazio quanto os abraços que recebo

Eu corro
E vejo a mesma estrada de ferro
Enferrujada
Vazia
E morta
Por onde passava um trem de anseios
Hoje resta o som de uma canção triste

Eu corro
Eu morro
Sem direito a nem gritar por socorro

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Por trás do espelho

A tua lida me paralisou
Escrita por linhas tortas
Onde o poema se esconde
Por trás de um sorriso que chora

Olha mais longe de onde se possa enxergar
Não deixa que te pintem o contrário
Tua beleza não é de se expor na mesa
É de ser apreciada em molduras

Rasga a tua roupa de luto
E revela a nudez da tua essência
E exala o odor da tua vontade
De ser feliz

O que queres de nós?
Tolos, bobos e inconsequentes
Que não medem esforços pra te ter
E que não conseguem te prender

Hipnotiza
Como a uma medusa
Forte e dependente
Decidida e paixão
Aquela que prende olhos, cabeça, coração

Tens a força do dentro
Maior que o externo possa te desvendar
És um grande abismo de prazer
Onde se precisa de ousadia e coragem
Para se jogar

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Paradoxal

A distância que me aproxima
O medo que me encoraja
O mar que me desafoga
Ou um grito que não me diz nada

O vício que me liberta
O sentido que não me direciona
O riso que não me alegra
A corrente que me impulsiona

Preso meu desejo, tão vil, tão vão
Um silêncio que me atormenta
Como um motor do navio
Zunindo, partindo, medindo
A coragem que eu não tive
De enfrentar o que não há
Por simplesmente
Teimar em existir

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Vício II

Todo momento
Existe para ser vivido
Seja para o bem
Seja para o mal

Pois cada segundo vivido por mim
Tornou-se necessário para viver você

Todos os olhares sāo os seus
Todos os momentos não são mais os meus

Incontrolável
Minha cabeça gira o mundo
E vive tudo ao teu redor

As ruas que percorro
Sempre cruzam você
Um labirinto
Onde sonho em me perder

Nos lábios
Na pele
No cheiro
Que entorpece meu peito
E deixa perdido dentro dele
Gritando uma triste canção
Esse músculo, louco, inconsequente
Coração

Torres

Pousando
Cantando
Chorando
Todas as vidas vividas em mim
Olhando
Voando
Mirando
Todos os sonhos perdidos em ti
Tudo
Todos os tolos pensamentos
Nada mais, nenhum juramento
Cortes
Sangues da alma
E o mundo voltou
Rodou
Sorriu
Implodiu
e ao nada, pro nada, do nada
Voltou

Cigano (Apesar de)

Apesar de cigano… Ouvindo essa música do Vercilo, nunca imaginei que ela se identificaria tanto comigo. “Ladys e Madonas me entregaram os corações  e eu, meio pirata, naveguei nessas paixões…”. Ate quando? Cigano, nômade, errante, andarilho. “Mas o meu divã é tua pele, tupi, guaraná, guarani…”. Chega a ser engraçado tanta poesia em tanta diversidade, digamos assim, para não utilizar um outro termo qualquer. “Cheguei em Paris e  la´pude ver toda a tua luz, minha Vera Cruz, eu te amo(?) e apesar de cigano so penso em você…” Existem coisas na vida que não são faceis de entender e imaginem de viver. A escolha dura e cruel de ser cigano. Serei taxado de menino, imaturo, irresponsável… Mas prefiro me denominar precavido, ser errante nesse mundo, sem fixar morada no peito de ninguém, me defende da partida daquele lugar, me defende de uma catastrofe. já sentiram a dor de perder tudo numa catastrofe? Pois a minha cota de catastrofes acabou. Não aguento mais barreiras desmoronando, tufões, enchentes, terremotos, furacões. então vou assim, cigano. A dura escolha de ser livre ou do medo de não ter onde estar preso…

Elas (ainda) Existem

Elas existem. E teimam em me rodear… Já escrevi, já pintei, representei, me embriguei nelas e elas, teimosas, resistem ao tempo. Não adianta nem trazer das palavras para o real. Esforço vão. Tudo que pinto, seja de dia, seja a noite, seja levado por essa tonta emoção que teima em me acompanhar, ou seja tomado por uma burra razão que resisto em usar. Seja lá o que for, elas me cercam e escrevem com uma tinta que além de gravar, criam manchas. Me sinto amarrado por elas, pelas tintas, pelas razões, pelas emoções, pelas palavras e pelo medo. Reconhecer meu real lugar de aspirante a coadjuvante de figurante numa peça medieval é o mais louvável no momento. Não me cobre. Não escrevo, não remeto, não salto, não falo, não grito e não vivo, nem que isso me cause uma impotente impressão de tempo perdido. Queria agora escrever sobre temas mais alegres e românticos. Mas elas, não me deixam, elas existem e são crueis. Adagas frias e venenosas. Mas acertarão minhas artérias, pois não tenho mais tempo pra isso. Minha idade não permite que elas me façam duvidar até de mim…

Mais...

Por mais que eu saiba
Por mais que eu caiba
Ainda existe muito mais a ver
Muito mais a ter
Muito mais a querer
Onde hoje existe brilho dos teus olhos
Que me ilumina a face
Amanhã será um sol incandescente
Que aquecerá meu corpo
Onde existe mel nos lábios
Que me adoça a libido
Amanha será tão doce
Quanto brigadeiro roubado da panela
Ainda terei muito mais de ti
Ainda serei muito mais pra ti
Pois nossa história não começou
E nem tão pouco estará perto de acabar

O Sol de Um Sorriso

O mundo ri
Quando gira ao teu redor
As coisas não envelhecem
Os medos não aparecem
E é o toque da tua simplicidade
Que transforma o banal em excepcional
Ao levantar os olhos e ver
Os quadros pintados por tua essência
Seduzindo qualquer existência
Suspiros, sussurros e cochichos
Ecoam mente adentro
Explodem peito afora
E agora?
Quem mais pode deter-te?
Essa que nasceu forte
Como um rio que desce a serra
De um fio
A vida
Ao mar
E nunca mais o vazio
Mergulhando no doce vinho dos teus olhos
Embriago-me de alegria
E teu sorriso
É como um pôr-do-sol que se esconde
Enchendo de poesia o horizonte
De quem cruza teu caminho

Meu Barco no Seu Mar

São altas horas de um dia sem fim. Rodo o tempo como quem roda um copo de maltado, feito especialmente pra te esquecer. Mas para quê? Não duvido que as torres plantadas no meu coração sejam maiores que os seus pensamentos por mim. Afinal, foi você quem despertou dentro em mim o que eu nunca teria visto se fosse com outros olhos, se não os olhos da tua beleza. O grande desafio é sair vivo dessa tentativa gritante de ser feliz. Duelar com meus pudores, com o meu receio, ou seria com a minha ousadia em te ter? Vendo tantas curvas entre eu e meu próprio sonho de te desvendar. Meu delírio ora contido, ora louco pra te moldar em meus braços, dar-te a forma que invade meus pensamentos e meus juramentos fugazes de nunca mais sonhar você. Mas não sei se os livros jogados na mesa explicam tanto querer ou se a luz acessa dessa vida desnorteada em tua função tem tanto brilho assim. Pus teu sorriso em uma moldura e vi saltar o meu peito, vi tremer minha mão, vi dançar teus cabelos, vi teu peito, meu desejo, vi pureza, vi canção, solidão. Com os olhos fechados, que é a melhor forma de te enxergar, lembro a imagem forte que domou minha razão e me deixou perdido, como uma criança diante do que mais queria e não poderia nem simplesmente tocar. Velejo meu mundo pra longe do teu, na doce esperança de encalhar no teu cais e atracar minha nau, pra nunca mais ou pra sempre mais. Mesmo cercado por tantas pessoas, eu preciso implodir o meu medo e te invadir os fortes, te controlar e ao mesmo tempo viver a sua mercê. Domar seus arreios, conviver nos teus meios, repartir os anseios e respirar teu ofegar. Cuidar do teu beijo, conviver, me iludir, me vencer. E dizer num alto grito: Vem comigo! E escolhe a opção clara de me ter… Assim… Feliz…

Em Versos

Rasga o meu peito em carne viva
O silêncio do teu medo, tua porta
Me envenena, me amarra, me cativa
A alegria que teimas em dizer que está morta,
A estrutura de um poema não existe
Existe o meio de onde nasce o sentimento
Dos versos tristes ou alegres que ouvistes
Minha jura de amor, meu pensamento

O Meu Jeito

Esse é meu jeito de escrever solidão
Com rimas , trovas e canção
Como um rei derrama o sangue do seu desafeto
E defende com honra seu lugar
Assim defendo meus versos
Meus gritos
Meus mitos
Minha dor
Ando ao lado de mim mesmo
E mudo o meu mundo em cada passo
Dado no sentido do sempre
O sempre que se transforma em nada
O nada que escuta do silêncio
Olhando ao redor
Perco o que nunca tive
Tenho o que achei
Rasgo o meu peito
Que eu nunca encontrei

Sou Louco

Sou louco
Pra te roubar os segredos
Pra te contar os meus medos
E te sentir entre meus dedos
Sou louco
Pra admitir meu pecado
Pra morrer feliz ao teu lado
Pra reviver de teu passado
Um louco inconsequente
Que vive
Que sente
Que mente
Louco pra fechar os olhos
E te ter mais uma (não sei quantas) vezes
Sou louco
E o melhor disso
É que você sabe

Incondicional

Estou preso
Por mais que tente fugir de você
O teu cheiro me persegue
E a agonia de poder gritar teu nome ainda mais forte
Me faz subir sem voar
Me faz sorrir por só te sentir
E meus pensamentos
Me tomam de mim
E me conduzem a você
Eu vi teu corpo tatuado no meu prazer
E passei horas tentando decifrá-lo
Me perdi
As horas não são para contar o tempo
Pois o tempo não te mede
Ele não consegue responder todas as questões
Nem por fim a todas as inquietações
Rápido
Foi assim que meu tiro de alegria passou
Mas o suficiente pra te desenhar
Te moldar em formas de desejos
E o único medo que tenho
É o de me embriagar em você
Como um cordel envolvente
Viajo por cada letra do teu nome
Por menor que seja
Por maior que viva