São altas horas de um dia sem fim. Rodo o tempo como quem roda um copo de maltado, feito especialmente pra te esquecer. Mas para quê? Não duvido que as torres plantadas no meu coração sejam maiores que os seus pensamentos por mim. Afinal, foi você quem despertou dentro em mim o que eu nunca teria visto se fosse com outros olhos, se não os olhos da tua beleza. O grande desafio é sair vivo dessa tentativa gritante de ser feliz. Duelar com meus pudores, com o meu receio, ou seria com a minha ousadia em te ter? Vendo tantas curvas entre eu e meu próprio sonho de te desvendar. Meu delírio ora contido, ora louco pra te moldar em meus braços, dar-te a forma que invade meus pensamentos e meus juramentos fugazes de nunca mais sonhar você. Mas não sei se os livros jogados na mesa explicam tanto querer ou se a luz acessa dessa vida desnorteada em tua função tem tanto brilho assim. Pus teu sorriso em uma moldura e vi saltar o meu peito, vi tremer minha mão, vi dançar teus cabelos, vi teu peito, meu desejo, vi pureza, vi canção, solidão. Com os olhos fechados, que é a melhor forma de te enxergar, lembro a imagem forte que domou minha razão e me deixou perdido, como uma criança diante do que mais queria e não poderia nem simplesmente tocar. Velejo meu mundo pra longe do teu, na doce esperança de encalhar no teu cais e atracar minha nau, pra nunca mais ou pra sempre mais. Mesmo cercado por tantas pessoas, eu preciso implodir o meu medo e te invadir os fortes, te controlar e ao mesmo tempo viver a sua mercê. Domar seus arreios, conviver nos teus meios, repartir os anseios e respirar teu ofegar. Cuidar do teu beijo, conviver, me iludir, me vencer. E dizer num alto grito: Vem comigo! E escolhe a opção clara de me ter… Assim… Feliz…
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