Elas existem. E teimam em me rodear… Já escrevi, já pintei, representei, me embriguei nelas e elas, teimosas, resistem ao tempo. Não adianta nem trazer das palavras para o real. Esforço vão. Tudo que pinto, seja de dia, seja a noite, seja levado por essa tonta emoção que teima em me acompanhar, ou seja tomado por uma burra razão que resisto em usar. Seja lá o que for, elas me cercam e escrevem com uma tinta que além de gravar, criam manchas. Me sinto amarrado por elas, pelas tintas, pelas razões, pelas emoções, pelas palavras e pelo medo. Reconhecer meu real lugar de aspirante a coadjuvante de figurante numa peça medieval é o mais louvável no momento. Não me cobre. Não escrevo, não remeto, não salto, não falo, não grito e não vivo, nem que isso me cause uma impotente impressão de tempo perdido. Queria agora escrever sobre temas mais alegres e românticos. Mas elas, não me deixam, elas existem e são crueis. Adagas frias e venenosas. Mas acertarão minhas artérias, pois não tenho mais tempo pra isso. Minha idade não permite que elas me façam duvidar até de mim…
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