O meio do caminho é mais longo que o fim. Por isso caminho, caminho, caminho e evito cruzar com os dias que me esperam. Se esperar o que vem “adelante” é sentar num monte de pedras frias e sem formas, então que eu seja mais um no cortejo do fim dos meus dias e vele por um fim no mínimo ritualístico. Onde cores, flores e amores e todas as formas de dores, ou que mais rime e se aproxime, sejam celebrados e induzidos a tocar o céu. Os cruzamentos são uma eterna espera por blandícias que nunca chegam, são eternos instantes fitando teus olhos, perdidos no horizonte negro, tanto quanto eles próprios. A beira dessa estrada não existe rosas, ou árvores, ou matos e verdes, existe desejos embutidos em poeiras e o sol serve de véu e abrigo, onde o calor é tido como um troféu depois do frio encontro com o mais nada. E por fim, quase mais nada serve de consolo, afinal de contas chegou o dia de voltar. De onde? ou pior, pra onde?
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