Madrugada longa essa, que saiu de um pesadelo e se tornou real. Se entronizou em meu pensamento, fazendo-me querer apagar tudo aquilo que eu ja escrevi. Não queria ter feito, nem ter dito, muito menos ter sentido ou vivido. Eu prefiro agora me esconder atrás das minhas próprias costas e soltar verbos, e prender gritos, e vender outras perspectivas. Agora é tarde, na verdade nunca foi. Nem tarde, nem cedo, nem longo, nem nada. Foi apenas uma ilusão escrita a duas mãos, mãos sujas de autoridades e de querer ser mais do que eu poderia ser. Então, não volte madrugada, ao menos não pra mim, e não sorria do ócio forte. Rugas de um sentimento floresceram na face do conhecido. Já estava tudo tão exposto, tao vermelho, tão sangue. Em jogos de xadrez não existem dois reis da mesma cor, talvez seja esse o grande erro, não havia outras peças no jogo, não havia preocupação em preservar o espaço, apenas de avançar, dominar, xeque-mate. Pronto, finda a peleja, não existe mais nada a se fazer. A não ser recomeçar o jogo, trocando agora de lugar, deixando de ser jogador para ser peça. De preferência o peão, humilde, mas com determinação pode se tornar uma rainha, só assim reconstruir o que nunca existiu.
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