Eu e o meu corpo, um porto solto no ar. Viril é carregar nos ombros mais do que se possa, ou se espere, ou se ausente. Ontem dentro de espelhos mortos por teu olhar, eu vi um homem sujo à espera de uma eternidade que nunca chega. Eterna é a espera. A espera de te ter sempre minha, de poder abraçar a tua presença, que teima em fugir, e que sorri da minha meninice, da minha sinceridade em ser possuído por essa dependência de almas. As mesmas almas que se juram uma das outras, mas em meios a trocas, delírios, quebras, poemas e coisas que teimam em acreditar em nós dois. Um suspiro de cansaço enche o meu peito, eu olho e ao redor só vejo o que não queria, na verdade, eu só queria ver você, e isso justamente é o que não consigo ver. Nem mais sentir, nem respirar, ouvir, degustar… Quero a partir de agora ser somente meu, não dividir com mais ninguém aquilo que dói e sem querer, destrói. Toma, se o que queres é minha vida, esta te dou sem olhar em volta mais nada, e a estrada que eu criei para chegar até nós, fechou. Não tem mais porteira, nem ribanceira, nem poeira, não existe mais nada da estrada. Um deserto de sentimentos cheios do nada, um vazio frio, insensível, e um apelo de querer reconhecer um erro que não cometi, ou viver por ti… Olha pra trás e vê o que nos restou, uma sombra do medo de ser feliz, e por isso eu paro por aqui, tentando não ser tentado a tentar de novo…
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